quinta-feira, 8 de maio de 2014

ESTRANHEZA E SILÊCIO

Pra tantos amores eu escrevi versos.
Alguns simples, outros perversos.
Versos em amor, muitos em ódio.
Falei de desejos, medos e copos.
De cabelos, beijos e botas.
Fui eu mesma, me mostrei diversa.
Em tantas palavras me descrevi e rescrevi.
Pra tantos amores me esqueci.
Uns verdadeiros, outros acasos.
Desenhei bocas em palavras e abraços em cantadas.
Tanta inspiração eu achei que tivesse.
Tantos amores acharam que eram versos.
Mas minha mente se cala ao te lembrar.
Nem um verso solto, nem uma frase pra desenhar.
Há tanta coisa que eu penso, mas não se pinta em papel branco.
Há um borrão colorido, doido, amado e simples demais.
Em você encontrei o silêncio.
Silencio que estranha, mas preenchem todos os sentidos, todos meus ouvidos.
E aqui dentro meus poemas dançam soltos, desgarrados, seus.
No meu corpo há frases que fazem música, que te fazem agora meu.
E esse teu, meu silêncio.
E esse teus, meus, nossos versos, são suficientes pra nós.
Nem todo história se usa lápis e papel.







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