terça-feira, 27 de maio de 2014

UM BARCO SEM RUMO

Um barco sem vela
Sem rumo
Num horizonte nada azul
Onde águas não molham o corpo
Molham a alma
Encharca o coração de medos
Água que surge dos meus verdes olhos

Barco que só sabe balançar
Onde a maresia me enjoa da vida
Um barco sem reza
Sem nenhuma escrita de fé
Sem nome
Sem dono
Perdido em alta dor
Não carrega pescas
Nem de sonhos e nem de ilusão

Nesse azul que cega
Que insisto em admirar
Me perco em tempestade
E o barco frágil que aguenta em se afogar
Afundando os desejos
Engolindo água e receio

Sem motor
Sem vetor
Esse barco pequeno na imensidão do tempo
Que sem remo quer chegar
Mas todo lado é igual

Eu só vejo água desaguar

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