CACOS

TRANSFIGURANDO-SE

MUITOS CACOS NO CHÃO

NÃO DE VIDRO

É SOLIDÃO

MUITAS REGRAS

ELAS ME DEITAM NUMA CAMA QUENTE

NUMA FRIA CONFUSÃO

PESSOAS QUE ME QUEIMAM EM APENAS UM OLHAR

DEIXANDO PELO MEU CORPO UM MAPA DE LABIRINTOS

ONDE EU MESMA JÁ PASSEI ALGUMAS VEZES

ONDE CAIO SEMPRE

LUGAR ONDE A DOR E O DESEJO SE FUNDEM

ONDE O ESPAÇO E TEMPO CEGAM A RAZÃO

DEIXANDO APENAS O CORPO INTANCTO

FORA DE ÁREA

E QUANTAS VEZES EU QUIS MERGULHAR NO SEU CORPO?

NÃO DE CABEÇA

MAS DE CIMA

DE CABEÇA PRA BAIXO

DE LADO

SEI QUE SEMPRE USO SUAS FRASES

DELAS GOSTO DE FAZER MEU DIALETO

MEU DIA

MEU TETO QUE DESABAEM MEU SANGUE

E SE MOLHA DE CAOS

NÃO QUERO CORRER NEM VOLTAR

SIGO AQUI ANDANDO

NÃO TEM MAIS LUGAR

JÁ NÃO CAIBO NEM NA SOLIDÃO

NEM O AMOR

O MEDO FUGIU

FICANDO COMIGO O QUE SOU

E O QUE SERIA EU SEM MEIAS PALAVRAS?

MEIAS PALAVRAS QUE DEIXEI DE OUVIR

MEIAS PALAVRAS QUE DEIXEI DE FALAR

MEIAS QUE EU USAVA NA NOITE FRIA

NOITE QUE EU ESPEREI VOCÊ LIGAR

JÁ SEI

A CULPA É MINHA

O CLICHÊ VEIO PRA JUSTIFICAR

QUALQUER AÇÃO ESTÚPIDA

QUALQUER FRAÇÃO FAJUTA

QUALQUER LETRA QUE EU CANTAR